terça-feira, 22 de dezembro de 2009

...então é natal...

...E as crianças- as jovens e as velhas - se estapeiam por um lugar ao sol do consumo, ao brilho máximo do indivíduo.

Mais do que nunca vivemos como bonecos numa vitrine, imóveis e sozinhos tentando nos comunicar em vão através do vidro, através da imagem que foi montada sobre nós.

Escolho ver ou ignorar?

Será que posso escolher? Ninguém escolhe o que ver.

O olho tá pronto, foi feito em série

como uma árvore de natal que dos símbolos tanto se impregnou que nem pode mais lembrar o que é ser árvore.

...É por isso que outro dia ganhei a maravilhosa capacidade de virar avatar!

afinal ser uma pessoa sã é a arte de se equilibrar na corda bamba entre esquecer e lembrar, ver e ignorar.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Futuro de Pedro Ivo

Vai pra escola

escola descontrola

pede esmola

Você sabe que para eles você é indiferente

Você sabe que aqui só tem valor quem tem vintém

Então obtém nota de cem

Ou faz neném, se abstém, diz amém

Você é só mais um refém

Na lama seu pé atola

mas você vai levando, desconsiderando

você faz o possível

Inválido

Passivo

“Viver não faz mais sentido.

ou nunca fez?”

Foi derrepende um estampído!

Um sustenído doído

Pra sempre no seu ouvido

Ou pelo menos até o final dessa sua encarnação-embriaguez

A vida não tem motivo

Boa sorte, Pedro Ivo




(poesia minha)

sábado, 7 de novembro de 2009

AQUECIMENTO GLOBAL

Preparem seus extintores, a Babilônia já está queimando!!

sábado, 17 de outubro de 2009

Sou Invólucro vazio
Ansiando desesperadamente para ser preenchido
E é por isso que grito “te amo!”
Te amo porque em você a vida arde
E quando você não me ama, urde
Satisfaz meu capataz
Sinto, logo existo
É por isso que não resisto
Sou visto, sim, sou visto!
Não posso negar
Que amo também a isto

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

“Eu acho que a pergunta que todo mundo se fêz é porque o Fábio Assunção, esse cara bonito, bem sucedido, famoso, querido por tantas pessoas acabou sendo atraído por drogas? Você tem essa resposta?”


“tenho... acho que o espirito da gente ele não tá muito interessado se você tem tudo ou se você não tem tudo, se você faz sucesso...Eu fui brincar com uma coisa que eu não tinha dimensão do quão perigosa ela é porque eu acho que a gente tem um lado às vezes que é autodestrutivo, entendeu?”

...

Patricia Poeta ficou com vergonha. Falando coisa tão simples,tão óbvia, parece que essa entrevista quebra um tabú, desmascara o mundo perfeito dos atores de novela da globo: o ser humano é destrutivo e uma vida de revista caras não garante a felicidade de ninguém. Simples assim.

domingo, 13 de setembro de 2009

Ter opinião pra tudo é inteligência ou burrice? prefiro não opinar...

passado e futuro

Aquele dia, quente como não me lembro de outro, em que tomamos banho de mangueira - todos juntos- pouca roupa e nenhuma malícia, só a sensação do verão vindo e das aulas acabando.

Só posso de alguma forma ter pressentido o que viria, comparando com o que vivía naquele momento, para ter sentido o prazer que sentí!

De alguma forma alguma coisa em mim pressentiu a enorme mudança, a era que morria aos poucos e derrepente - a barriga de fora e o short da miney tinham sua festa de despedida.

De alguma forma eu sabia o que me esperava, inevitavelmente: a roupa que pressuporia escolha de moralidade e personalidade; a roupa que cobriria o meu corpo dos prazeres do vento com objetivo de me separar das outras crianças que não a usam, ou que a usam de maneira suja e desproporcional (“filhinha quando tiver frio usa casaquinho se não parece menina de rua”).

Hoje tive um delírio, de reviver esse dia. Sinto que o lugar desse dia não é no passado mas num futuro distante, que enxergo claro e embaçado, como essa memória.

Pois sei que quando a temperatura aumentar, a roupa (pelo menos no Brasil!) vai ser finalmente vista em sua mais gritante característica: a inutilidade. Então ouviremos os homens rirem do tempo em que usavam pedaços de pano em volta do pescoço em nome de status. Rirão lembrando como associávamos panos a papéis e papéis a valor humano.